A mente conceitual e perceptual.

   O Budismo classifica as funções da mente em conceituais e perceptuais. A mente opera no modo conceitual, quando estamos pensando sobre o passado e planejando o futuro. No modo conceitual, tornamo-nos ansiosos pelos eventos, que podem ou não acontecer, ficamos zangados com pessoas que podem ou não fazer alguma coisa. No modo conceitual, a mente não está lidando com a realidade presente, mas com a interpretação da realidade. Esse modo conceitual, que utiliza a inteligência para planejar e integrar, é adequado em grande parte do tempo. 
   O modo perceptual da mente é geralmente esmagado pelos nossos conceitos. Quando estressada, a mente conceitual está cansada, podemos fazer um descanso optando pelo modo perceptual e prestando atenção à respiração. Mas quando dizemos para a mente conceitual dar uma parada, é difícil romper com o hábito de ser um monte de pensamentos. A mente conceitual fala dentro da meditação. Precisamos que a mente conceitual pense, planeje, coordene e lembre. Porém, uma mente conceitual que é ligada automaticamente de manhã, corre ininterruptamente 16 horas por dia, fazendo somente uma parada de oito horas para dormir todos os dias, isso não é saudável. 
   O saudável é explorar e desenvolver o modo perceptual da conscientização que silenciosamente atende sem comentários contínuos. Para explorar o modo perceptual, temos de superar a mente conceitual. Por exemplo, quando você está caminhando, pode deslizar para o modo perceptual, tornando-se consciente da respiração, estando presente em seu corpo ou permitindo que a conscientização esteja presente no ambiente. Dessa maneira, podemos lentamente começar a equilibrar a mente, pondo em equilíbrio os seus dois modos de funcionamento: o conceitual e o perceptual. 

B. Allan Wallace em "Budismo com atitude".      

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